a minha aldeia é uma teia
de gente linda e gente feia
há uma rua, única rua
a dividir toda a ternura
e essa rua é quase crua
deixa nos lábios a amargura
desses teus beijos
soltos,... e em desejos
mas separados da minha boca
longe da tua, .....seca e oca
há uma rua
que não é minha
e nem é tua
e nos desalinha
qualquer olhar
mesmo a passar
há gente linda e gente feia
e nessa teia, há muitas línguas
pois nessa rua há quem semeia
mesmo às minguas
a maledicência
como referência
a minha aldeia é triste e feia
mas cá,... onde tu moras
torna-la linda, bela e cheia
como a colmeia, ...como as amoras.
--- - da colina vejo o mar... do teu olhar ! ---- - * * * a palavra a(r)mada * * *
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
terça-feira, 23 de setembro de 2014
...o vazio
![]() |
negativo foto: luís castanheira |
...e de pé fica o vazio
o homem olhava o mar
sem o ver
sem perceber
o homem procurava o ar
sem o sentir
sem o cheirar
o homem sentia a dor
com ardor
com terror
o homem perdia a esperança
dura hora
em demora
o homem só queria ter
o mesmo dia
a renascer
o homem só queria olhar
aquele rosto
- lindo rosto -
o homem só queria sentir
o seu amor
o seu calor
o homem só queria ver
novamente
docemente
permanente
a companheira acabada de perder...
e este mar...
que tanto lhe deu
agora veio tirar
neste mar...
onde a mãe morreu
para a filha salvar
(ontem, um alto preço a pagar.)
domingo, 21 de setembro de 2014
mar a dentro
sábado, 13 de setembro de 2014
só com o mar
![]() |
foto: sofia almeida |
na tarde cansada
caída
a tarde das tardes
vivida
com sopro de tempo
varrido
e um choro de sombra
tingido.
o ar ensopado
do mar
as ondas batidas
no ar
e no horizonte
o luar
com cheiro perdido
ao chegar.
as horas raiadas
a passar
pelo corpo sentado
na areia
e a dor mergulhada
no olhar.
o homem perdido
ao achar
a solidão consigo
a navegar.
(inspirado num poema da Sofia, in: Jardim de Palavras)
foram dois fins-de-tarde, na praia
onde, sozinho o via....e este homem sofria.
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
raízes
foto sofia almeida
|
onde estão minhas raízes
onde estão
a prenderem-me ao chão?
agora que o voo é solto
a terra só me quer morto.
10.set.2014
terça-feira, 9 de setembro de 2014
promessas...
falava contigo primeiro
comprava-te a felicidade
toda junta, por atacado
dava-te um novo fado
datado mas sem idade.
construía uma nova ilha
onde a memória fosse filha
dum passado arredondado
de caminhos sem esquinas
as palavras fossem finas
num presente torneado.
ai, se tivesse muito dinheiro...
comprava-te o mundo inteiro
nem as pedras da calçada
nem a relva do jardim
teriam queixas de mim
ao pisá-las em danças da alvorada.
ai, se tivesse muito dinheiro...
transpunha o rio num cacilheiro
ao encontro doutra margem
e de braços bem abertos
eu enchia-te de afectos
até o coração ter paragem.
ai, se tivesse muito dinheiro..
descobria-te pelo cheiro
que largasses ao redor
não precisava de pensar
que o sonho é criar
e não em ganhar bolor.
- ai, se tivesse muito dinheiro...
esquecia o amor primeiro
perdia-me só com o cheiro!
9.set.2014
terça-feira, 2 de setembro de 2014
fora de tempo
não sei
o sentido que hei-de tomar...
se hei-de partir ou ficar.
a dúvida é escolher
onde gostaria de estar
e não perder
nada do que me fez amar.
mas sei
para onde irei
se este lugar morrer em mim
vestido com a dor desse fim.
(hoje, uma amiga disse-me
que tinha cancro desde Outubro
e estava enfrentá-lo com alegria)
porque será que a poesia não surge em dias de alegria?
lm.-02.set.2014
o sentido que hei-de tomar...
se hei-de partir ou ficar.
a dúvida é escolher
onde gostaria de estar
e não perder
nada do que me fez amar.
mas sei
para onde irei
se este lugar morrer em mim
vestido com a dor desse fim.
(hoje, uma amiga disse-me
que tinha cancro desde Outubro
e estava enfrentá-lo com alegria)
porque será que a poesia não surge em dias de alegria?
lm.-02.set.2014
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